sexta-feira, fevereiro 20

Sexta-feira negra


A passada Sexta-feira, dia 20 de Fevereiro de 2009, bem se pode apelidar de Sexta-feira negra.

Senão vejamos:

O Banco de Portugal (BdP) confirmou o que o Instituto Nacional de Estatística (INE) já tinha avançado: o pessimismo instalou-se em Portugal. Ou seja, a economia portuguesa continua a sua trajectória descendente iniciada em meados do ano passado.

Os primeios dados relativamente ao investimento publicitário em 2009 revelam que o primeiro mês do ano foi o pior da década, levando alguns analistas a admitir que esta realidade "é pior do que as piores previsões".

A novela BPN continua e parece não ter fim à vista, prevendo-se que se arraste por mais algum tempo, até porque está em causa um Conselheiro de Estado que não se lembrava ou não tinha conhecimento de coisas que tinha assinado.

Lá por fora, o director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, admitia a possibilidade de um segundo choque no sector bancário em resultado da actual crise, referindo ao jornal francês "Les Echos" que a próxima previsão do FMI, marcada para daqui a três meses, "poderá aproximar-se de zero".

Ou seja, depois de ter revisto em baixa há apenas três semanas as suas previsões de crescimento para a economia mundial este ano, de 2,2% para 0,5%, o director do FMI avisou que os números que têm sido conhecidos desde essa altura "não são bons" e que a estimativa definitiva pode ser zero. Os países avançados serão os mais castigados, com uma recessão em torno de 2%.

Além disso, Strauss-Khan estima que o início da recuperação da economia mundial aconteça em 2010.

Já nos EUA, o presidente do comité do Senado, Christopher Dood, adiantava que poderá ser necessária a nacionalização de mais alguns bancos.

As acções do Citigroup e do Bank of America estiveram a afundar 19% na sessão de Sexta-feira, precisamente devido aos receios de que sejam nacionalizados.

De referir que nos últimos quatro meses, estes bancos receberam 90 mil milhões de dólares do Governo norte-americano.

Isto tudo no mesmo dia em que foi conhecida mais uma mega-fraude. Allen Stanford, que é suspeito de ter defraudado os seus investidores em oito mil milhões de dólares (6,34 mil milhões de euros) através da venda de certificados de depósitos do banco de Antigua, nas Caraíbas (talvez seja possível tratá-lo por mini Madoff), detinha entre os activos uma frota de aviões, um iate com 40 metros de comprimento, várias propriedades e uma ilha nas Caraíbas.

E depois pede-se confiança no sistema financeiro e nos reguladores e demais responsáveis governativos por todo o mundo?

Não me parece!




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