sábado, outubro 31

Mórbido!



A última novidade da Wal-Mart não deixa ser mórbida. Se não vejamos, o maior retalhista do mundo coloca à disposição dos clientes ... caixões.

Quem quiser poderá visitar a loja online do retalhista em www.walmart.com e comprar o seu caixão, com preços a variarem entre os 750 e 3.000 dólares.

Falta saber se existe desconto em cartão ou talão.

A imaginação leva-me a colocar a possibilidade de uma ideia destas ser colocada em prática no nosso conservador País. Imagine uma insígnia qualquer de retalho - a dúvida é saber se este produtos se insere no alimentar ou não alimentar - a oferecer este produto ao consumidor e à saída dizer-lhe quer descontar ou acumular no seu cartão?

O próximo Hipersuper terá esta capa e é dedicado, na sua maioria, aos Vinhos do Sul (Tejo, Terras do Sado, Alentejo e Algarve).

Para o Especial, entrevistámos Aníbal Coutinho, Director Técnico da ViniPax 2009, que admitiu que "o vinho português não vai ser saudável se continuar com preços tão baixos". O conhecido crítico de vinhos e coordenador do evento a realizar em Beja, refere, também, que "cada vez mais, os produtores preocupam-se em dar ao consumidor o que este necessita", destacando que os vinhos do Sul têm de se destacar pelas castas portuguesas.

Além de Aníbal Coutinho, entrevistámos, também, a Presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Dora Simões, que nos referiu que "o consumidor quando pede um vinho do Alentejo está perante um valor seguro". Responsável por uma região que detém, segundo dados da Nielsen, 44% em valor e 40% em volume, salienta que "aos olhos do consumidor, os vinhos do Alentejo apresentam uma boa relação qualidade/preço", admitindo, contudo, ser desejável que "aumentem o preço médio da garrafa vendida".

Para o Especial dedicado aos Vinhos do Sul, destaque para a apresentação de um estudo exclusivo para o Jornal Hipersuper efectuado pela Ipsofacto, que nos dá uma opinião do consumidor relativamente aos vinhos do Alentejo.

Do lado das empresas, questionámos quatro produtores de vinho - Aliança, Herdade São Miguel, Adega Cooperativa de Portalegre e Esporão - para nos dar, em forma de painel, a sua opinião sobre aos Vinhos do Sul.

Para um melhor enquadramento dos vinhos do Alentejo no País, a consultora Nielsen mostra-nos as vendas dos néctares da região no Ano Móvel terminado na semana 37 de 2009, indicando que o valor de vendas atingiu os 95,4 milhões de euros, constituindo os tintos a maior fatia deste valor.

Numa perspectiva internacional e após a realização de uma iniciativa da responsabilidade da ViniPortugal nos EUA, entrevistámos Márcio Ferreira, Area Manger da ViniPortugal, que nos revelou que "a educação do consumidor é o maior desafio para os Vinhos de Portugal". Salientando que os preços têm sido os grandes responsáveis pelo actual crescimento de Portugal nos EUA, Márcio Ferreira refere que entre as regiões com maior probabilidades e sucesso no mercado norte-americano são os "Vinhos Verdes, Douro e Alentejo".

Inserido dentro da ViniPax surge, também, a cortiça. Para perceber a sua importância e o que tem sido feito em resposta ao "ataque" dos vedantes alternativos, entrevistámos Joaquim Lima, Director-geral da Apcor que concluiu que "a melhor opção é sempre uma rolha de cortiça". Admitindo que "a investigação e desenvolvimento têm de estar sempre presentes num sector para que não se caia no erro da estagnação", Joaquim Lima revela que Portugal produz cerca de 160 mil toneladas de cortiça por ano.

Também representado no evento de Beja está o sector do azeite com a OliviPax. Pedro Cruz, Presidente da casa do Azeite, foi entrevistado pelo Jornal Hipersuper e a conclusão do responsável é simples: "temos um longo caminho ainda a percorrer na recuperação do consumo de azeite". Acreditando que "Portugal só conseguirá um aumento do consumo de azeite com campanhas informativas fortes e constantes junto dos consumidores", o responsável máximo pela Casa do Azeite refere ainda que "o Brasil é o maior mercado de destino das exportações portuguesas de azeite".

A edição 247 do Jornal Hipersuper não, no entanto, uma edição dedicado exclusivamente aos vinhos.

Na "Distribuição", destaque para o novo código de barras que chega em Janeiro de 2010. Chama-se GS1 DataBar e data de validade, origem do produto, número de série, quantidade, cor, peso, medida, entre outros, são alguns dos cem elementos que as etiquetas podem transportar.

No "Alimentar", analisamos o mercado de frutos secos que, com a chegada do Natal, os produtores desdobram-se em iniciativas para manter estas iguarias na mesa da consoada.

Ainda no "Alimentar", a TNS Worldpanel analisa o mercado das carnes, revelando que, em ano de consumo mais contido e com alguma transferência para produtos mais baratos, a distribuição moderna continua a ganhar quota de mercado aos talhos.

Finalmente, no "Não Alimentar", Portugal figura no topo do ranking das exportações provenientes da Andaluzia e desengane-se quem pensa que o sector agro-alimentar é "soberano". Segundo Fátima del Pino, Derectora-geral da Extenda, Agência Andaluza de Promoção Externa, a crise "acabou por beneficiar o nosso trabalho porque as empresas andaluzas apostam agora mais facilmente em Portugal do que na China".

Boas leituras!

sábado, outubro 17

A campanha de que ninguém gosta!


sexta-feira, outubro 16

Uma nova maneira de fazer compras!




segunda-feira, agosto 3

Hipersuper 242

O custo de uma gripe

Segundo um estudo recente da Deloitte, a Gripe A poderá custar a Portugal 740 milhões de euros e provocar uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB) até 0,45%, avançando ainda que só para o Estado, os custos deverão variar entre os 330 a 500 milhões de euros, tendo em conta as perdas de IRS, as contribuições para a Segurança Social e o pagamento de subsídios de doença. Contudo, os números da consultora não levam em conta uma possível situação de quarentena, o que elevaria o valor para bem mais de mil milhões de euros.

Já a nível internacional, o Banco Mundial estimou que uma pandemia de gripe, poderá custar 3 biliões de dólares (2,28 biliões de euros) e resultar numa quebra de 5% do PIB mundial.

Colocam-se, então, pelo menos duas questões – muitas mais haverá, mas também necessitaria de muito mais espaço para escrever sobre elas: o que é que as nossas empresas estão a fazer em termos de prevenção e que planos de acção possuem, caso esta situação de pandemia se torne uma realidade.

O Estado, através do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, já veio garantir o pagamento das baixas (65% do salário bruto), caso se verifique uma pandemia, depois de várias negociações com sindicatos e entidades patronais.

Mas se as grandes empresas estão preparadas para fazer face a uma situação destas – pelos menos assim indicam as informações existentes – as pequenas e micro empresas, compostas na sua maioria por menos de dez trabalhadores, terão muitas dificuldades em sobreviver caso o pior cenário se realize. Qual é a empresa do tecido produtivo nacional que, detendo quatro ou cinco trabalhadores, pode “dispensar” pelo menos 50% da força de trabalho sem sofrer as consequências?

João van Zeller, Presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) já admitiu que “não ficaria surpreendido se centenas de pequenas empresas fechassem em dois ou três dias”.

Ainda meio mundo e o outro anda a tentar recuperar de uma das maiorias crises económicas e financeiras da história recente, já se depara com outra crise. A coisa, de facto, não está fácil.

sexta-feira, julho 17

Leite “azedo”

O Editorial



Como é que se responde à seguinte questão colocada por um produtor de leite: “Senhor ministro, porque é que Portugal é o único país da Europa onde o leite custa 39 cêntimos?”.

A “guerra” entre a distribuição e a fileira do leite já vem de há algum tempo, mas a recente crise da Renoldy veio adensar um problema que do lado da distribuição resulta da concentração excessiva no sector do leite, enquanto esse mesmo sector acusa a distribuição de importar leite, dando, assim, início a esta guerra de preços no mercado nacional.

Na votação online que colocámos no www.hipersuper.pt durante os últimos 15 dias quisemos saber o que o mercado pensava sobre esta questão. Dos mais de 1.400 participantes na votação ao longo destas duas semanas, a razão parece estar do lado da Lactogal a grande distância da APED, ou seja, 72 contra 19%, respectivamente.

Mas, lanço aqui uma questão e nada me move contra o sector lácteo português, nem contra qualquer operador da distribuição moderna a operar em território nacional. Ao longo dos últimos anos, têm surgido fortes críticas em relação à concentração existente no sector da distribuição moderna em Portugal e da “posição dominante” que os diversos operadores conseguem face às empresas produtoras e como, por isso, esmagam as margens dos produtores.

No caso do leite, onde há uma empresa que detém cerca de 65% do mercado, são poucas as vozes, a não ser da distribuição, que apontam esta “posição dominante” como prejudicial para a concorrência.

Imaginemos o que não seria, se em Portugal existisse um distribuidor com uma quota de mercado de 65%? Que reacção viria da fileira do leite, e não só?

A distribuição vai comprar leite ao estrangeiro mais barato? Façamos uma comparação: tenho um produto a 1 euro à venda num linear e ao lado, noutro operador, esse mesmo produto custa 0,50 cêntimos. Onde vou comprar?

Fica aqui a questão.